quarta-feira, 21 de maio de 2014

Insano (1994)


Decorria o ano do Senhor de 1993 quando esta rapaziada resolve chamar Insano a uma banda que eles classificavam como alternativa e que pretendia fazer diferente do que se fazia na altura, o que era igual ao que todos os outros faziam.

O Senhor tinha o nome de Kurt Kobain e o novo som que trazia era no fundo a reinvenção do punk dos anos 70 depois de uma década cheia de sintetizadores. Assim volta a guitarra como a menina mais querida do Rock. Mas uma guitarra despojada de floreados, dura, grotesca, distorcida de tal forma que meio tom de desafinação não se notava.

Assim os Insano também se incluíram nesta nova velha estética. No som grotesco, mas que recorria a melodias simples.

Pela minha parte devo dizer que a culpa de eu ter sido vocalista foi devida ao facto do Emídio, hoje La Plante Mutante e Deep Coffee Nonsense, ter faltado à audição, e ter deixado nas minhas cordas vocais a responsabilidade de dar voz a um grupo de músicos talentosos. Obrigado Emídio.

O primeiro concerto passa-se num quintal de um amigo, belo concerto, alguns até ficam admirados pelo som, outros porque a certa altura se acabou a cerveja. Um segundo na Tasca do Estudante, hoje com outro nome que agora não me lembro, e em que ficou na retina a sala completamente a aborratar a ser regada por uma litrona mascarada de membro viril, e que chega ao clímax na altura certa, quando a musica Clitoris Ficticius rebenta em nirvana.

Depois vem o Festival Maio Jovem, verdadeira montra da fervilhante cena musical farense, havia mais músicos que publico, ou melhor ainda, todos tinham a sua banda.
A mim ataram-me a uma cadeira e Faro mexia. 


Interpretes:
Shaka - Guitarra
Albio Nascimento - Guitarra
Filipe - Baixo
Bruno Cortes - Baterista
Nuno Jorge (Portugal) - Voz

Depois vem o Festival da Super FM em 1994, o segundo lugar defendido em palco a abrir os Peste e Sida no País das Maravilhas, ficou também a vitoria moral, pela distribuição em palco para o público de um balde de preservativos "Make Love not War", havia também a inocência dos 60's em nós, década criadora da época moderna.
Os Fundos Perdidos ainda ajudaram na distribuição porque entraram num palco revestido a controlo. O Henrique também guardou alguns, não precisas de agradecer.


Interpretes:
Shaka - Guitarra
Albio Nascimento - Guitarra
Filipe - Baixo
Bruno Cortes - Baterista
Nuno Jorge (Portugal) - Voz

No Final vem a desilusão de não termos sido selecionados para o Johnny Guitar, onde Faro esteve muito bem representado pelos P.S.I.
Lentamente começa a desagregação, fica a inocência. morre o Cobain, os Insano ainda prevaleceram como projecto mas já com outros intervenientes…


Nuno Jorge
Médico Dentista Diretor-clínico da Clínica Dentária RiaFaro
Presidente do Sin-Cera.
Grupo de Teatro da Universidade do Algarve